Grupos pró e anti-Yoani batem boca antes de evento da blogueira em SP
Manifestantes favoráveis e contrários à cubana se
encontraram.
Mais cedo, ela disse que falta 'dureza' na posição brasileira sobre Cuba.
Manifestantes
favoráveis e contrários à blogueira cubana Yoani Sánchez se encontraram nesta quinta-feira (21)
antes de palestra dela na Livraria Cultura da Avenida Paulista, na região central
de São Paulo.
Houve
bate-boca entre os dois grupos, mas sem violência física.
Yoani
está na livraria, em encontro com blogueiros.
Militantes
pró-Yoani portavam cartazes criticando a esquerda e o que seria o apoio à
"ditadura" na ilha.
Os
contrários gritavam slogans defendendo a Revolução Cubana e contra o
"imperialismo ianque".
"Vim
porque sou contra o imperialismo", disse a militante Yasmim Nóbrega, de 25
anos, que afirmou pertencer à Liga Brasileira de Lésbicas.
Falta
'dureza'
Mais cedo, Yoani fez uma crítica ao governo brasileiro durante palestra no auditório do jornal “O Estado de S. Paulo”, em seu primeiro evento oficial na capital paulista. Questionada sobre a relação do governo brasileiro com Cuba, ela disse que houve um estreitamento nos laços nos mandatos de Lula e de Dilma Rousseff, mas que “falta dureza para o tema dos direitos humanos”.
Mais cedo, Yoani fez uma crítica ao governo brasileiro durante palestra no auditório do jornal “O Estado de S. Paulo”, em seu primeiro evento oficial na capital paulista. Questionada sobre a relação do governo brasileiro com Cuba, ela disse que houve um estreitamento nos laços nos mandatos de Lula e de Dilma Rousseff, mas que “falta dureza para o tema dos direitos humanos”.
“No
caso do Brasil, há existido muitos silêncios. Recomendaria um posicionamento
mais enérgico, pois o povo não esquece”, disse Yoani.
A
blogueira cubana chegou a São Paulo após ficar um dia em Brasília, onde teve
uma passagem tumultuada nesta quarta-feira (20) pelo Congresso Nacional. Sobre
isso, ela disse que foi sua primeira visita a um Congresso em outro país e que
observou que há entre os políticos brasileiros uma dualidade entre a seriedade
e a informalidade. "Não imaginava que me dariam tanta repercussão",
disse ela.
Ao
longo das cerca de três horas em que esteve na casa legislativa, houve
empurra-empurra, discussões acaloradas entre parlamentares e até mesmo uma
confusão envolvendo um deputado e manifestantes que protestavam contra a visita
da blogueira cubana.
Na
palestra em São Paulo, ela falou sobre os protestos (que também
sofreu em Feira de Santana, na Bahia)
e afirmou que já sabia que poderia enfrentar tais situações, pois havia lido
ameaças na Internet. Para Yoani, qualquer um pode manifestar sua opinião, “mas
quando se passa do limite do protesto não é democracia, é fanatismo.”
"Acho
que Cuba, em 2015, vai ser uma Cuba bem melhor, mais inclusiva e mais plural.
Mas imagino que será uma nação difícil de governar", disse. A blogueira
acredita que as reformas econômicas introduzidas pelo presidente Raúl Castro,
irmão mais novo de Fidel, "vão num ritmo muito lento". "Mas essas
reformas eram impensáveis sob Fidel, pois se queria controlar cada aspecto da
vida social", disse.
"Eu
não acho que em Cuba há um socialismo, nem se chegou ao comunismo",
afirmou. "Eu acho que em Cuba se vive um capitalismo de Estado, em que o
patrão é o governo."
Yoani Sanchez, durante palestra em São Paulo, nesta quinta-feira (21)
(Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)
A blogueira cubana também comentou sobre seu blog, que tem tradução para mais de 20 línguas – todas feitas por voluntários. "Minha rotina é a anti-rotina. Desde que abri o blog, minha vida virou ao contrário. Antes meus amigos me diziam que eu tinha o dom da invisibilidade", disse. "O blog me trouxe repercussão, as pessoas me reconhecem na rua. A fama é um efeito colateral do meu trabalho."
Questionada
a respeito de um suposto documento vazado pelo site Wikileaks que a ligaria à
agência de inteligência americana, a CIA, ela negou a autenticidade. "Isso
não é verdade. Nenhum documento fala isso. Nem poderia, pois eu não sou da CIA.”.
Yoani
também falou da sua relação com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
"Suplicy é uma das razões pelas quais estou aqui. [Minha vinda] se tornou
uma batalha pessoal para ele [...] e nos momentos de maior intolerância, se
comportou à altura do respeito às diferenças."
Depois
do Brasil, Yoani irá para a República Tcheca e Alemanha. Ela pretende ainda ir
aos Estados Unidos em março, onde terá uma programação em universidades e irá
visitar parte da família que mora lá.
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