204.640 casos
Alexandre Padilha lembrou que oito estados concentram 83% dos casos do
país
O número de casos
de dengue registrados no Brasil em 2013 aumentou 190% em comparação ao mesmo
período do ano passado. Nas primeiras sete semanas do ano, foram confirmados
204.640 casos da doença em todo o País, ante 70.489 notificações em 2012. Os
dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo ministro Alexandre Padilha, da
Saúde.
"Sem dúvidas
que temos epidemia de dengue. Todo verão temos. Oito Estados concentram mais de
83% dos casos nessas sete semanas do ano. Aqueles Estados e municípios que não
estão classificados como epidemias, não podem descuidar da prevenção e do
combate", alertou Padilha.
Mato Grosso do
Sul é o Estado com maior número de casos de dengue registrados. Foram 42.015
notificações contra 35.334 do segundo colocado, Minas Gerais. Goiás aparece em
terceiro, com 27.376 notificações. Segundo Padilha, a maior incidência da
doença está nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.
Quando se leva em
consideração o número de habitantes, Mato Grosso do Sul continua no topo da
lista. A cada 100 mil habitantes, 1.677 tiveram dengue entre 1º de janeiro e 16
de fevereiro, um aumento de 4.757% na comparação com 2012. Ainda em relação à
incidência, Goiás é o segundo Estado com maior número de casos de dengue em
comparação com o número de habitantes. Foram 444 a cada 100 mil, pouco acima do
Acre, terceiro lugar da lista, que registrou 410 notificações em cada 100 mil
habitantes.
Queda nas mortes
Apesar do aumento
no número de notificações, o ministro Alexandre Padilha comemorou a redução de
20% no número de mortes relacionadas à dengue em comparação às sete primeiras
semanas de 2012. A redução foi ainda maior na comparação com 2010, chegando a uma
queda de 77% no número de óbitos.
Em relação aos
casos graves, que acabam resultando em internações, a redução foi de 44% em
relação ao ano passado e de 91% na comparação com 2010. Padilha alerta, no
entanto que os dados não podem ser considerados como uma queda na prevenção e
combate à doença.
O ministro
creditou as reduções de mortes e casos graves da doença pela melhoria da
assistência prestada à população e a antecipação de ações, como o repasse de
verba adicional para o combate da doença. "Não existe dúvida: a redução se
deve à ampliação dos serviços e à redução no tempo de espera de diagnóstico e
tratamento", disse.
Vírus tipo 4
O vírus tipo 4 da
dengue, que era raro até 2011, já é o que mais circula no País. Foi ele que
causou o maior número dos casos registrados nesse começo de ano. Em segundo
lugar, aparece o tipo 1,o tipo 2 e o tipo 3. Segundo o Secretário de Vigilância
em Saúde, Jarbas Barbosa, a circulação do novo tipo de vírus é
preocupante.
"Toda vez
que a gente tem um novo sorotipo chegando num Estado onde nunca circulou, ele
encontra uma população suscetível. O País todo está suscetível, porque
praticamente ninguém na população teve, o DENV-4 nunca tinha circulado no
Brasil. Mas esse fator a gente não controla, o sorotipo de espalha por todo
País", afirmou Barbosa, admitindo que não há ações específicas para
combater esta cepa do vírus no Brasil.
A presença dos
quatro tipos diferentes do vírus é uma ameaça a mais para a saúde pública. Cada
pessoa só pode ter dengue uma vez por cada tipo do vírus. Isso significa que
quem já teve dengue devido ao vírus tipo 1 só pode ter a doença novamente se
for infectado pelos tipos 2, 3 ou 4. Como o tipo 4 vem se espalhando com mais
rapidez, aumenta na mesma proporção o risco de epidemia generalizada.
Segundo Jarbas
Barbosa, caso ocorra um segundo episódio da dengue, os sintomas se manifestam
com mais severidade, o que é um problema. Pode causar inflamações e, por isso,
aumenta o risco de lesões nos vasos sanguíneos, o que levaria à dengue
hemorrágica. Um terceiro episódio poderia ser ainda mais grave, e um quarto
seria mais perigoso que o terceiro.
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