Para CFM, é
inaceitável mulheres morrerem em abortos inseguros.
Órgão criticou condições em que
mulheres pobres interrompem a gravidez.
CFM vai entregar ao Senado proposta para liberar aborto até a 12ª semana.
CFM vai entregar ao Senado proposta para liberar aborto até a 12ª semana.
O presidente do Conselho
Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d'Avilla, afirmou nesta quinta-feira
(21) que considera inaceitável mulheres morrerem em abortos realizados sob
condições inseguras. Ele também criticou a desigualdade de meios à disposição
de mulheres ricas e pobres que desejam interromper a gravidez.
"A realidade dos fatos
mostra as mulheres fazendo aborto com uma grande iniquidade. As ricas em
condições seguras e as pobres, totalmente inseguras. E elas [as pobres] é que
estão enriquecendo as estatísticas de mortalidade e de morbidade. Ou seja, as
complicações, perdendo útero, perdendo partes do intestino, morrendo. Isso que
não é possível. Essa desigualdade é inaceitável do ponto de vista
médico”.
O CFM informou que vai entregar até a próxima semana à comissão especial do Senado que
discute a reforma no Código Penal uma proposta com o posicionamento favorável à
legalização do aborto até o 3º mês de gestação. Segundo o presidente do
conselho, cerca de 80% dos 27 conselheiros votaram favoravelmente à pergunta
"você é a favor ou contra respeitar a vontade da gestante até a 12ª
segunda semana de gestação?"
Atualmente, pelo Código Penal,
o aborto é permitido em casos de risco à saúde da gestante ou quando a gravidez
é resultante de um estupro. Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
que grávidas de fetos sem cérebro poderão optar por interromper a gestação com
assistência médica. Mas como ainda não há lei que permita a prática, o direito
não é automático. Se um hospital se recusar a fazer o aborto, por exemplo, a
mulher pode recorrer à Justiça com base na decisão do STF.
Para o presidente do CFM,
liberar o aborto pode gerar aumento nas estatísticas de realização desse
procedimento em um primeiro momento, pelo fato de os abortos hoje realizados,
em grande parte clandestinos, não serem contabilizados. No entanto, ele afirma
que, na prática, a legalização não vai representar um incentivo. "Ninguém
interrompe uma gravidez porque adora fazer isso, porque tem desejo de fazer
isso. Ela se sente compelida a tomar uma decisão e decide", disse.
Luiz d´Avilla afirmou ainda
que há casos em que gestantes com boas condições financeiras acabam contratando
médicos que fazem "uso mercantil de sua profissão". "São médicos
que cassamos aqui no conselho toda vez que temos a denúncia e as provas de que
ele faz esse aborto. Não porque ele defende a autonomia da mulher, mas porque
ele aufere lucro, faz uso mercantil da sua profissão, se aproveita dessa
ilegalidade penal e também se torna um criminoso. E também ofende todos os
princípios da medicina", declarou.
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