Seis pessoas receberam alta de ontem para hoje e 75 estão em
estado crítico, com risco de morte.
Cerca
de 55 horas após o incêndio na Boate Kiss que deixou 231 mortos, 118 pacientes
continuam internados em Santa Maria ou na capital do estado, Porto Alegre.
Desses, 20 estão com queimaduras graves e compõem um grupo de 75 pessoas que
estão em estado crítico, com risco de morte.
O
número de internados com problemas menos graves, no entanto, diminuiu e seis
pessoas receberam alta de ontem para hoje (29). O ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, e a Secretaria de Saúde do município de Santa Maria dão atenção
especial aos pacientes que ainda correm o risco de morrer, mas comemoram que
nenhum novo caso de morte tenha sido registrado entre os feridos após o
incêndio.
“Nós
temos 75 pacientes que estão em estado crítico, precisam de atenção e podem vir
a óbito. Mas, em uma tragédia como essa, conseguir 54 horas sem mortes é muito
bom, muito importante”, disse o ministro esta manhã.
As
autoridades de saúde mantêm a prática de transferir os pacientes de Santa Maria
para Porto Alegre, de modo a garantir reserva de vagas para novos casos de
pneumonite química que possam surgir. Segundo o ministro, até seis dias após
inalar a fumaça tóxica do incêndio as pessoas podem apresentar sintomas como
falta de ar, cansaço e tosse que tendem a evoluir de forma rápida para
insuficiência respiratória.
Um
comitê de gerenciamento de crise foi montado no Hospital Caridade, em Santa
Maria, para monitorar os pacientes que correm risco de morte e os novos casos
de pneumonite que surgirem. Além disso, o comitê, que é formado por médicos e
autoridades de saúde, também está atuando para oferecer atenção às famílias das
pessoas que morreram no incêndio.
De
acordo com Padilha, já foi feito um mapeamento para localizar as famílias que
perderam parentes para que recebam atenção psicológica. A Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM), onde estudava a maior parte dos jovens que morreram no
incêndio, já forneceu os endereços dos estudantes de outros municípios e as
prefeituras dessas cidades já foram acionadas para oferecerem suporte às
famílias.
“O
Caps [Centro de Apoio Psicossocial] de Santa Maria está funcionando 24 horas
com pronto-atendimento para familiares e amigos que estejam sentindo algum tipo
de distúrbio emocional. Nós também temos o apoio grande de um grupo da PUC
[Pontifícia Universidade Católica] do Rio Grande do Sul que atuou na tragédia
das Torres Gêmeas e é especializado em cuidar do suporte psicológico de
pacientes de traumas como esse”, disse o ministro.
Padilha
segue para Porto Alegre hoje para acompanhar a situação dos pacientes
internados na capital, mas retorna à tarde para Santa Maria. Ainda não há
previsão para que o ministro deixe o Rio Grande do Sul
AGÊNCIA BRASIL
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